quinta, 05 setembro 2013 19:24

Verão 2013 on tour

Este Verão marcou-me muito pela positiva, não só pelos imensos gigs, mas também pelos novos conceitos de festas que têm vindo a surgir no mercado e onde os sunsets ao que parece vieram para ficar! Que não hajam dúvidas que o público gosta de ser brindado com diferentes tipos de "formas de diversão", sejam elas em clubes, festivais ou sunsets e neste verão tive o privilégio de poder fazer parte de todos eles como artista. 
 
Tenho a sorte de trabalhar com boas equipas desde o meu management (Europa Agency), passando pela MTV Portugal - na qual sou o DJ oficial, com a Mega Hits, entre muitas outras empresas, que em conjunto têm elevado a fasquia no que toca ao meu percurso como artista e onde o público (acredito) fica sempre a ganhar, pois artista feliz é sinal de boa música entregue ainda com melhor disposição.
 
Posso dizer que neste Verão existiram vários gigs que me marcaram também pelas boas energias e que já deixam muitas saudades, como por exemplo na EXPOFACIC em Cantanhede, onde tive oportunidade de privar com o Steve Aoki, o AQUASHOW, em Quarteira, na Cornetto Aqua Night Session by MEGA que foi uma experiência fantástica e com muito boa "onda" (confesso que adorei este conceito). Não dá para imaginar que iria ter, um dia, "um mar de gente" dentro de uma piscina a dançar ao meu som (quase 3 mil pessoas). Ah! E o festival Ocean Spirit, em Torres Vedras, que foi a verdadeira loucura e teve a maior enchente de sempre, com cerca de 10 mil pessoas.
 
Não me posso esquecer dos sunsets da MTV que têm animado o público por Portugal inteiro e onde pude desenvolver uma linha musical mais completa, entre muitas outras festas que participei neste verão quente de 2013 (onde estão os cientistas que diziam ser o mais frio 
dos últimos 200 anos!!?), onde fiz dançar o party people mas onde também eu, como sempre, me diverti e adorei cada momento em que estive na cabine com o dance floor cheio do "meu people". 
 
Mas também há a outra parte dos gigs que são as viagens! O me cativa, em cada uma delas, é o facto de poder conhecer Portugal como nunca pensei conhecer devido estar a maior parte das vezes em estrada, e cada vez me surpreendo mais com o que conheço deste cantinho a que chamamos Portugal. No festival de Mêda, perto da Guarda, além da simpatia das pessoas e o facto de num festival de bandas ter conseguido aguentar a "pista" ao rubro até ao fim, fui presenteado com uma vista de cortar a respiração em Vila Nova de Foz Côa, o que me fez acreditar que mal conheço este nosso Portugal e que tantas surpresas nos reserva. Vista absolutamente incrível!!! 
 
Com o fim do Verão vem uma nova season e com esta mais projetos! Estou a preparar novas músicas e surpresas para o público em geral. Tenho vindo a preparar várias colaborações com artistas nacionais e internacionais (para já fica em segredo... eheh), e num balanço geral, estou bastante contente com os resultados que tenho vindo a desenvolver. Em breve vão ficar a saber mais sobre o que se passa à volta do "RUSTY", o meu mundo!
 
Sigaaaa!!.
 
 
RUSTY
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Publicado em Rusty
domingo, 01 julho 2012 23:23

União vs crítica?!

 
Em Portugal, infelizmente, a união não existe, deu lugar à crítica… Basta recuar uns dias e analisar o caso da nossa seleção que participou no EURO 2012. Como a primeira partida não correu da forma esperada, (quase) toda a gente a abandonou e a crítica massiva invadiu todas as redes sociais. Ao invés de a apoiarem incondicionalmente, acreditarem que seria possível fazer mais e melhor, e de alguma forma motivarem os nossos jogadores. O mesmo se passa no mundo dos DJs e Produtores nacionais, e é algo que me entristece...
 
Tudo bem que hoje em dia "toda" a gente quer ser DJ, e em cada 10 novos DJs, 8 fazem parte do leque de "estrelas" de TV ou vítimas de programas da mesma, e esses "desesperados" que começam a perceber que a vida não lhes corre bem então viram para o DJing. Mas ainda sobram 2, e esses 2, podem vir a ser grandes DJs e grandes produtores de música. Mas numa primeira fase, o que é que se julga? O estilo musical…
Hoje em dia há uma grande luta pelo que é considerado "boa" música  - mas a música é ao gosto de cada um e só e apenas cada um pode decidir o que é bom ou mau. Não podemos deixar que os outros decidam por nós! É igual a comprar um carro, vamos comprar um determinado modelo de carro só porque o vizinho gosta dele ou porque nós o queremos assim?
 
Se um DJ passa temas comerciais, já não presta, porque o que é bom é o desconhecido (até ser conhecido - depois passa a ser mau… porque é comercial). Independentemente do estilo preferido de cada um de nós, o que interessa na verdade, é o trabalho duro que cada um investe naquilo que considera ser o seu sonho, objetivo de vida e a forma como o exterioriza para com as pessoas que o vão ver atuar.
 
Continuo também sem perceber porque é que não podemos apoiar a nossa "dance scene" como um todo, como fazem "lá fora"? Porque é que é preciso criticar tudo e todos? Na verdade, criticar é tão mais fácil do que fazer melhor…
 

"Porque é que é preciso criticar tudo e todos? Na verdade, criticar é tão mais fácil do que fazer melhor..."

 
Se, por exemplo, os Holandeses e os Suecos tomaram de assalto a dance scene "mainstream" não foi por acaso! Eles são todos unidos e trabalham em conjunto para atingir um fim em comum - há espaço para toda a gente, eles sabem disso, e vão-se apoiando à medida que vão subindo, independentemente do estilo musical de cada um.
 
Em Portugal o mesmo não acontece porquê? Porque é que a primeira coisa que fazem é criticar destrutivamente e descredibilizar, baseado nas suas preferências musicais?
"Ora, se eu não gosto de David Guetta, porque é que vou apoiar um ‘gajo’ que toca David Guetta?"
 
Se hoje a EDM (Electronic Dance Music) está no estado que está (bom ou mau, depende do ponto de vista) é graças aos artistas "mainstream", mas estes não abriram portas única e exclusivamente para o resto da comunidade de artistas "mainstream", abriram portas para TODOS os artistas que dedicam a sua vida à música de dança - seja ela de que estilo for, porque hoje existem cada vez mais festas de música eletrónica, as rádios passam cada vez mais música eletrónica, existem muitas mais editoras, existe muito mais suporte que pode ser aproveitado - a EDM é algo GLOBAL!

Vá, vamos lá canalizar esta energia negativa e fazer com que o nosso país tenha, pelo menos, o mesmo sucesso no mundo da música (independemente do estilo musical) que tem no mundo do futebol!
 
Daniel Poças
FY2 - The Party Rockers
Publicado em Daniel Poças
domingo, 03 julho 2022 21:57

O barman, o bar e o cocktail

Na viragem do século quando me iniciei por estas lides (da forma certa, pois já o tinha feito anos antes mas sem a formação adequada) a ideia de um cocktail era uma bebida azul, verde ou vermelha servida num copo triangular, mau e servido apenas em hotéis ou "night clubs".

Não podia estar pior conotado. Lentamente foi-se alastrando o Mojito e a Caipirinha em muitos restaurantes, bares e apoios de praia pelo país.

Eu costumo dizer na brincadeira que foi preciso os espaços brasileiros/de rodízio "abrirem os olhos" à restante restauração para perceberem que pelos padrões internacionais de restauração (dos espaços simples/cool ao fine dinning), a recepção ao cliente faz-se encaminhando-o para o bar ou na falta do mesmo, sugerir na mesa um cocktail para iniciar a refeição.

A lufada de ar fresco na área há mais de 20 anos foi dada por Paulo Ramos e a sua Cocktail Academy, passado algum tempo pela abertura do Cinco Lounge com o Dave, pela chegada da "febre" do Gin tónico vinda de Espanha (febre - entre aspas porque ainda dura e não vai ser substituída por nenhuma bebida) pela abertura do Red Frog com o Emanuel Minez e o Paulo Gomes (um bar na lista dos 100 melhores do mundo por mais de uma vez).

E desculpem-me a falta de modéstia mas também pela criação de uma feira de bar, restauração e hotelaria em Portugal: o Lisbon Bar Show. Desde 2014, durante alguns dias do ano em Maio temos a visita dos maiores gurus de todo o mundo nesta área. Não termina aqui a lista e continuam a abrir bares muito interessantes por todo o país (e não só em Lisboa).

E onde fica o barman/bartender em tudo isto?

Alguns começaram, além de visitar o Lisbon Bar Show, a deslocarem-se também a feiras da especialidade noutros países. Outros também a frequentar masterclasses de experts e tirar as mais variadas formações por cá e no estrangeiro. Foram surgindo mais escolas de bar, Cocktail Team, Black Pepper and Basil, Ás de Copos, Bartending Project, Mr & Ms Bartender, e outros. A nível estadual penso que apenas existem cursos técnico profissionais onde concluem o 12.º ano e frequentam apenas meia dúzia de horas de bar.

E espaços para contratar estes profissionais? Para lhes dar a devida remuneração depois de alguns (muitos nalguns casos) euros investidos na sua carreira? Alguns tiveram 2/3 dias de formação e acham-se já muito preparados. Por outro lado nunca a procura excedeu a oferta tanto como este ano. Bares, hotéis, restaurantes, espaços de praia, nunca vi tantos pedidos de barmen como este ano.

Mas estarão a levantar um pouco a parada? E as condições?
Se isso fosse uma realidade não via tantos "colegas" a vender casas em imobiliárias.
E os barmen?
Quando alguma entidade se esforça para pagar acima da média será que percebem o que é o termo "dar o litro"? Ou gostam mais da expressão: "Deixa andar isto não é meu, nem do meu pai"?

Seja de que forma for, 2022 vai ser um Verão quente.
 
Alberto Pires 
Criador da Mojito Bar Catering desde 2006 e Lisbon Bar Show desde 2014 
Publicado em Alberto Pires
quinta, 14 janeiro 2016 22:10

Precisamos de mais carreiras e menos hits

Nos últimos dois ou três anos a música portuguesa tem observado um tremendo crescimento. Os artistas nacionais - talvez mais do que nunca - partilham hoje o palco principal dos grandes festivais portugueses ombro a ombro com os mais prementes artistas internacionais. Nas rádios, se a batalha começou enviesada, mercê da imposição das tão faladas quotas de música portuguesa, hoje em dia é no mínimo injusto afirmar que a música portuguesa só consegue manter a sua presença nas principais tabelas de hits por via dessas mesmas quotas. A música portuguesa está melhor do que nunca e deve, antes de mais, a si própria este sucesso. 
 
Lembro-me de há pouco mais de três anos ter assistido em pleno Talkfest a um presidente de uma Federação Académica desafiar os seus colegas a “ter a coragem” de construir um cartaz para uma “grande queima” com base em artistas nacionais, de forma a justificar a constante aposta em artistas internacionais. Quase como se apostar em música portuguesa fosse sinónimo de insucesso de bilheteira. Ora esta lógica, como prova o mercado actual, transfigurou-se completamente. Basta analisar, a título exemplificativo, os cartazes das principais “queimas” do país no último ano para chegar a algumas conclusões interessantes: Em Lisboa a quota de artistas lusófonos é cerca de 95%, no Porto de 84% e Coimbra nos 90%. 
 
Estes números não devem obviamente ignorar outros factores como a tremenda escalada de preços da grande generalidade dos artistas internacionais nos últimos anos - e neste contexto, é incontornável pensarmos no caso da tão falada bolha do EDM, cujos principais artistas subiram de tal forma os cachets que pressionaram os promotores a aumentar o preço dos bilhetes, resultando em shows com cada vez menos público.
 

(…) há anos atrás ‘cantar em inglês’ era garantia de um sucesso mais rápido, hoje em dia é exactamente o oposto.

 
Ainda assim, é iniludível concluir que existe, de facto, mercado e público para consumir música portuguesa. E não é difícil perceber porquê. O poder da língua na nossa cultura é inestimável. Não só falamos e pensamos em português, como sentimos em português. E é por isso que, se há anos atrás “cantar em inglês” era garantia de um sucesso mais rápido, hoje em dia é exactamente o oposto. “Cantar em inglês” significa competir com os maiores do mundo. Significa competir com Calvin Harris, com Rihanna, com David Guetta, com Beyoncé, com Paul McCartney. Significa jogar um jogo que não é o nosso sempre na casa do adversário. Soa a falso, a fabricado. E é exactamente o contrário do que o nosso público, ávido de coisas novas e autênticas procura.
 
No entanto, chegou a altura de repensar e dar o próximo passo: pensar numa estratégia de mercado concertada. E é nesse plano que a música portuguesa ainda se encontra num estado de insipiência. É preciso ainda profissionalizar muitas áreas como a comunicação, o marketing e essencialmente o management. Precisamos de mais carreiras e menos hits. Mas acima de tudo, precisamos que o talento e criatividade desta nova geração de músicos seja acompanhado em igual proporção por estrategas que lhes façam justiça. A rádio, o público e os artistas estão prontos. Falta a indústria adaptar-se. Esperemos que rápido.
 
DJ e Produtor
Publicado em Hugo Rizzo
segunda, 09 fevereiro 2015 21:21

O que nunca vos disseram

Muita gente tem e vive o sonho de vir a ser um artista (DJ, cantor, etc.) mas nunca lhe disseram a verdade. Muita gente vive na ilusão que um dia vai lá chegar mas nunca soube a verdade. A grande verdade é que a larga maioria dos artistas, não faz a mínima ideia ou tem noção do que é preciso para atingir um patamar elevado e continua a pensar que a sua qualidade (ou a que pensa que tem), o seu empenho ou trabalho, serão suficientes. 
 
Existem manuais, cursos, blogs, escolas e até tutoriais mas ninguém explicou aos artistas que os tempos mudaram, a industria discográfica já não funciona da mesma forma e que ninguém quer saber ou ouvir a tua música, se tens técnica, se sabes realmente alguma coisa de música, se tens uma grande voz ou se és um exímio executante de um instrumento musical ou nos "pratos". 
 
Não tenho a presunção de dizer que "sei como se faz um artista". Julgo que ninguém o poderá dizer mas todos podem afirmar que com um investimento financeiro elevado e alguma qualidade, qualquer um pode chegar ao topo. 
Vamos chamar as "coisas" pelos nomes. Tanto eu como qualquer agente/manager ou agência, não fazemos milagres. Fazemos valer a experiência, os contactos, o know-how e principalmente onde e como investir na carreira de um artista. Muitos colegas meus vão ficar chateados comigo com o que vou dizer mas a verdade é só uma... grande parte dos artistas de primeira linha em Portugal, só lá estão porque tiveram visão, apareceram no timing certo ou tiveram alguém que os puxou para cima. Existem dezenas (para não dizer centenas) de outros artistas que estariam na ribalta se tivessem tido alguma das situações que mencionei, por isso, não vale a pena tapar o sol com a peneira e dizer que o artista A ou B está "lá em cima" porque tem imensa qualidade ou é melhor que os outros. Doa a quem doer, esta é a realidade. 
 

(...) grande parte dos artistas de primeira linha em Portugal, só lá estão porque tiveram visão, apareceram no timing certo ou tiveram alguém que os puxou para cima.

 
Este artigo de opinião é escrito para um portal mais direcionado à noite e à musica electrónica, por isso vou "apontar baterias" aos DJs.
 
Alguém consegue explicar-me a diferença de valores de actuação que existem entre os DJs que passam o mesmo estilo de música? 
Como é que avalias as tais chamadas "skills" entre DJs que passam música a 4 tempos (larga maioria dos estilos de música electrónica), que têm "keys", "sync", "delays" e todos os efeitos e mais alguns ou usam hardware linkado?
A diferenças dessas "skills" ou até da seleção musical e leitura de pista (que hoje em dia não existe) é suficiente para diferenciar um valor de actuação entre os 50€ e os 5.000€ entre dois DJs? Óbviamente que não. 
A diferença é simples, óbvia e fácil de entender e não é compreendida pelos "puristas" e "cabeças duras" que nunca vão ser nada neste mercado porque teimam em arranjar os mais variados pretextos para o seu insucesso. 
 
Quantas vezes já ouviram estas frases?
- "Eu não sou vendido";
- "Não passo azeite";
- "Eu passo a minha musica e um DJ é um educador musical";
- "O numero de fãs (likes, views, plays, followers. etc.) não querem dizer nada";
- "Aquele gajo tem likes comprados";
- "Ou passo o meu som (quando às vezes nem produtores são) ou não actuo";
- "Eu não sou RP nem tenho de arrastar ninguém para me ouvir";
 
Poderia estar mais 1h00 a escrever as célebres frases que todos já ouvimos e o que já todos disseram e no fundo vocês sabem que ninguém quer saber desses argumentos para nada e só estão a enganar-se a si próprios.
 
Música é música e cada um gosta do que quer, ouve e compra o que entende, paga com o seu dinheiro aquilo que quiser. 
 
Um artista é um produto e como qualquer produto, tem de ser promovido e demonstrar a sua qualidade no mercado e criar "necessidade" de ser adquirido. 
Ninguém quer ouvir a música de um DJ (a não ser que a música ou o próprio DJ sejam conhecidos). 
Ninguém paga um valor alto por actuação se um DJ não tiver um público que pague para o ver/ouvir.
Ninguém contrata um "educador musical" porque o que querem é um DJ que vá fazer o serviço para o qual foi contratado.
Nenhuma editora (de topo ou major) vai editar um tema de um DJ sem fãs ou que não chegue através de alguém influente no meio e interceda por ele. 
Nenhuma rádio vai passar um tema, que até pode ser excelente mas se não for feito com um nome conhecido, ter influência de uma label ou management, ninguém quer saber ou tocar essa faixa. Doa a quem doer, esta é a realidade. 
 
Continuo a não ter a presunção de dizer que sei "como se faz um artista" mas posso afirmar que enquanto os artistas não perceberem que têm de investir fortemente na sua carreira como se estivessem a abrir um negócio, nunca vão ter expressão neste mercado e não podem esperar que sejam as suas actuações ou música a dar o montante que precisam para "crescerem" porque isso nunca vai acontecer. Têm de ter capital para investir neles próprios para que as "datas" apareçam. Se não sabem como fazer, paguem a alguém que possa fazer esse serviço por eles. 
Precisam de investimento constante e de estimular o mercado para que a sua marca seja apetecível de ser comprada. Toda a gente compra um "Red Bull" em vez de outra marca energética porque foi criada essa "necessidade" e ninguém questiona se a Red Bull é melhor ou pior do que outra bebida similar.
 

Todos querem tudo "para ontem" e quando são questionados do porquê de ainda não terem conseguido nada, a resposta é sempre a mesma - "falta de oportunidades".

 
Isto é tão simples de entender e ver artistas em constante negação a encontrarem argumentos descabidos para justificar o seu insucesso é algo incompreensível porque estão só a enganar-se a eles próprios. 
 
Em 20 anos de mercado, não conheci um único artista que se queira lançar no mercado que tenha chegado junto a mim (comigo na qualidade de agente/agência) com capacidade de investimento, plano de marketing, estudo de mercado e viabilidade e que perceba que até o Cristiano Ronaldo teve de fazer as "escolinhas", passar por vários escalões e só atingiu o estrelato ao fim de muitos anos. Todos querem tudo "para ontem" e quando são questionados do porquê de ainda não terem conseguido nada, a resposta é sempre a mesma - "falta de oportunidades". 
 
Caros artistas, ninguém nasce ensinado e quando não há oportunidades a solução é criar e não esperar que caia do céu porque isso nunca vai acontecer e ninguém dá nada de borla. Mesmo com os argumentos que os artistas usam do "amor à musica", ninguém dá amor sem receber em troca. Não existe nada neste mundo que seja gratuito. Mesmo os sentimentos têm de ter retorno ou deixam de ser "dados". Ficarem a arranjar desculpas, esperarem que apareça alguém para investir em vocês sem que tenham a certeza que vão ter retorno desse investimento ou teimarem a insistir em algo que ninguém quer comprar, podem ter a certeza absoluta que nunca vão ser alguém neste meio. 
 
E se estiverem a ler esta frase, é sinal que leram todo o texto e o título desta crónica já não faz sentido porque "o que nunca vos disseram", acabou de ser dito.

 

Ricardo Silva
DWM Management
Publicado em Ricardo Silva
segunda, 02 maio 2022 22:05

Tudo na mesma

Depois de dois anos de pandemia que forçou a uma paragem da actividade do entretenimento nocturno e eventos, o regresso veio trazer o que já se esperava - ficou tudo na mesma. 

Apesar dos esforços de inúmeras pessoas, onde associações foram criadas com investimento pessoal, numa tentativa de municiar os DJs das ferramentas necessárias para o seu reconhecimento profissional, as dificuldades foram encontradas dentro da própria "comunidade DJ". 

Rapidamente foram esquecidas as "queixas" de falta de apoios sociais, a inexistência de "voz" junto das entidades competentes, o reconhecimento da profissão e o auxílio para todos aqueles que iniciam ou que já exercem mas não têm o conhecimento de situações em que verbas que são suas por direito ficam nas mãos de terceiros.  

A desconfiança natural por parte da maioria dos DJs é justificada com o passado, onde várias associações foram criadas com intuitos poucos claros ou onde visavam o lucro, mas nem com o aparecimento de associações sem fins lucrativos, onde os associados não pagavam quotização, com estatutos claros e onde todos os associados tinham direito de apresentar candidatura aos orgãos sociais, tiveram uma recepção por parte desta comunidade para poderem oferecer o que os DJs tanto "reclamam" mas que pelos vistos não pretendem ter...

Foi uma oportunidade perdida e basta olhar para o modelo Holandês para perceber que há (havia) uma oportunidade única que podia levar à internacionalização do produto português e internamente munir os DJs de ferramentas que permitisse darem passos em frente nas suas carreiras.

Ao invés disso, agências e agentes (como eu) passaram a canalizar os seus esforços para outras áreas dentro da música, eventos e entretenimento e dezenas (para não dizer centenas) de DJs e produtores de música electrónica vão ficar pelo caminho ou com maiores dificuldades, havendo mesmo um decréscimo acentuado na contratação para eventos não especificados onde os DJs tinham o seu espaço e que foi ocupado por outro tipo de artistas e estilos musicais. 

Não há culpados (cada um é livre de fazer o que entender) mas há responsáveis e essa responsabilidade não precisa de ser assumida mas está imputada a quem deixou ficar "tudo na mesma". 
 
Ricardo Silva
Agente Artístico e Empresário
Publicado em Ricardo Silva
quarta, 15 maio 2019 21:12

O melhor ainda está para vir

Quando recebi o convite da 100% DJ para escrever uma crónica de opinião, acabei por ser obrigado a fazer uma reflexão sobre todos os que estiveram, a determinada altura, presentes no meu percurso, ampliando o que fazia e por onde andava. Tenho pretensões de ser uma série de coisas, mas nenhuma delas passa por escrever. Deixo isso para a minha irmã Patrícia e para o meu pai, os profissionais do sector, mas sempre gostei de desafios e portanto vou dar o meu melhor, como é habitual, naquilo que me proponho fazer.

Com 40 anos feitos e tendo começado a trabalhar à noite aos 16 - como "apanha-copos" - no bar Amas do Cardeal, em Évora, pro bonno e por carolice, para aquele que veio a ser meu sócio e, ainda hoje, um dos meus melhores amigos, João Pedro Queiroga, terei uma quase obrigação de dar a minha visão da movida em Portugal.

Ao longo dos anos, do país e dos meus, assistimos a uma mudança de paradigma: É que diversão, é diversão e para satisfazer novos hábitos houve que conceber novos produtos. Daí, hoje existir uma ampla oferta, com muita qualidade, que passou para outros horários: matinés, sunsets, after work e por aí vamos... Hoje, estes produtos, são os meus preferidos. Gosto muito de ouvir grandes DJs e poder estar na cama à meia noite.  A idade é outra. Agora que penso nisso, é curioso: Em Évora, nos meus 14 ou 15 anos, os míticos 90’s, havia matinés ali à Rua Serpa Pinto. O álcool era-nos vedado e mesmo assim divertíamo-nos tanto!

A vida é feita de ciclos e voltei a ser um cliente de "matinés". Fuse e Bloop são aqueles que acompanho mais regularmente por fazerem um trabalho incrível e tropeço amiúde num esforço em fazer melhor, dar sempre alguma coisa de novo ao cliente, e, a cereja no topo do bolo, tudo feito com muita seriedade e profissionalismo. A qualidade dos artistas é do melhor que o panorama, neste caso de música electrónica, tem para oferecer. 

Hoje vivo em Lisboa e portanto é a realidade que tenho mais presente e por onde me movo mais vezes. No que diz respeito ao turno da noite, o tradicional, vejo uma grande melhoria nos últimos três anos. Acho que se assimilou que fazer ofertas iguais e tentar trabalhar sempre na zona de conforto ou naquilo que podia ser mais óbvio, já não chega para um público cada vez mais diversificado e exigente.
 
Fuse e Bloop são aqueles que acompanho mais regularmente por fazerem um trabalho incrível e tropeço amiúde num esforço em fazer melhor, dar sempre alguma coisa de novo ao cliente, e, a cereja no topo do bolo, tudo feito com muita seriedade e profissionalismo.

Actualmente temos bons clubes em todas as vertentes da música. O Kamala tem feito um trabalho incrível nas suas casas, o João Magalhães, este ano, conseguiu dar uma nova vida ao Mome. Lust e Urban atingiram as grandes massas e o Lux, como a grande referência no panorama alternativo em Portugal e lá fora, continua a dar cartas na nossa madrugada. Já não saio muito, mas quando o faço, tenho imenso por onde escolher e sempre bom.


Pensamos em casas ou empresários, mas não podemos deixar de falar de outros que são tão ou mais importantes para nivelar a oferta por cima. Hoje temos barmans e barmaids profissionais que fazem tudo com uma recém inaugurada qualidade. Este que vos escreve, foi, ele próprio, barman no Inox Clube em Évora e tudo o que fosse mais do que vodka com gelo e sumo de qualquer coisa, já não dava! Éramos todos assim! 

E na música, são tantos os DJs e tão bons, que acabam por contrariar aquela história de que qualquer um é DJ e blá-blá-blá. Essa mesma premissa, acabou por aumentar a vontade de tantos tentarem, é certo, mas uma grande parte deles apostou mais e melhor na profissão e permitiu usufruirmos todos de gente de grande valor em vários géneros de som. Saímos todos a ganhar! Destaco o curador do (meu) The Garden, o Moullinex e o meu grande amigo Audio Deep: O primeiro, um génio da música e o segundo, um dos melhores de Portugal, que está a começar a chegar aos sítios certos, para nosso gáudio.

Nem tudo são rosas e, para quem não está em Lisboa ou Porto, as coisas são realmente mais complicadas. Embora constate que, cada vez mais, estas produtoras, se atrevem a partir para o interior, descobrindo a grande qualidade de profissionais que lá se encontram. Se existe bom público, tem que existir bons profissionais, parece óbvio. O consumidor dá pouco por isso, mas é imperativo falar da importância das marcas dos produtos que se vendem habitualmente nestes espaços: Quando abri o primeiro bar, tinha cerca de 20 anos, o Pátio da Lua. Vendia, e tal como todos os outros empresários, não fazia a mínima ideia sobre quem estava por de trás das marcas de bebidas e dos seus distribuidores. Nós comprávamos, mais ou menos ao preço que nos queriam vender, aquilo que acreditávamos que o público consumiria. Mais à frente, no Praxis, a coisa foi piando de outra forma. Com a acrescida maturidade, tínhamos sempre alguém a trabalhar de perto connosco nas compras, a ajudar no que podia, para que os negócios fossem realmente vantajosos nos dois sentidos. Pensando nisto, só me vem à cabeça, com saudade, o grande Artur.
 
Hoje com Pernond Ricard, por exemplo, com quem trabalhamos, chego a vê-los como consultores... o Rúben, homem da marca, falou comigo sobre o The Garden, mais do que qualquer outra pessoa, antes e depois de abrir! E faz sentido: conhecem melhor o mercado que qualquer um dos proprietários e podem ajudar a criar um conceito único e não a tal cópia que ninguém quer. Afinal, são eles que, realmente, sabem o que todos os seus outros clientes vendem.
 
A boa nova é que já não há desculpas e aquilo que foi uma alavanca para o sucesso com utilizadores restritos e já poderosos, tornou-se acessível a todos, através do Marketing Digital.
A forma de nos comunicarmos também mudou e, por estes dias, todos o fazemos facilmente através de plataformas digitais. Qualquer um de nós consegue fazer campanhas produtivas, com sucesso e baixo custo e acima de tudo sustentáveis. Há vinte anos era impossível! Na Era pré redes, pré internet popularizada, não ganhávamos para publicidade eficiente. Ter um outdoor como o que tive em Évora era caríssimo! Colar mupies pela cidade, uma despesa faraónica, e aos jornais e revistas, mormente, nem acreditávamos chegar, tal era a despesa. O mercado da publicidade não estava feito (como ainda não está), nos meios tradicionais, para que empresas pequenas apostem na sua divulgação. A boa nova é que já não há desculpas e aquilo que foi uma alavanca para o sucesso com utilizadores restritos e já poderosos, tornou-se acessível a todos, através do Marketing Digital. Bons profissionais na área não faltam - a começar pela minha mulher!

Sim, nós cá por casa tendemos a agregar recursos para ficarmos mais fortes. Ou isso ou, pessoas com visão e futuro, agradam-se, naturalmente, umas às outras.

Voltando ao tema...

Atente-se, por outro lado, nos festivais. Temos muitos e tão bem produzidos, em diferentes regiões, do interior ao litoral, passando pelas ilhas, que passaram a ser bilhete postal para vender o Verão aos estrangeiros. Marcas internacionais em Portugal como o é o caso do BPM no Algarve ou do Rock in Rio em Lisboa ou nacionais - Nos Alive ou Super Bock e um rol de outros com tanta, mas tanta qualidade. Estamos a atravessar uma grande fase e creio que o melhor ainda está por vir! O mais fantástico é que, atrás desta transformação e desta maturidade, que inevitavelmente desaguarão num ainda maior sucesso, estão pessoas a aprender e a crescer, cheias de garra e com uma visão pluralista e abrangente do mundo, por isso não podemos estar mais confiantes no que virá.

Atualmente, ainda que como cliente, na maioria dos casos, tenho orgulho por pertencer a este sector e de tudo o que se tem inovado é realizado!

Beijos e abraços para todos e não se esqueçam: May the party be in you!
 
Francisco Rafael
Empreendedor
Publicado em Francisco Rafael
Todos falavam da iminência de uma nova crise, no final de 2019 era prognóstico que no ano seguinte era certo que uma crise económica nos iria bater à porta. Ninguém ligou, qual 1.º prémio do Euromilhões, que todos pensam que só sai aos outros, a crise veio por forma de uma pandemia que nos confinou todos em casa, que desacelerou a economia a velocidades perto do ralenti, fechou quase todos setores de atividade, foi democrática e ninguém estava preparado.

A noite foi das primeiras a fechar portas, mesmo antes do governo decretar o seu encerramento, já muitos cancelavam eventos e outros fechavam mesmo portas. Foi a primeira a fechar e, apesar dos esforços dos empresários desta indústria, parece estar a ficar para o fim sem data marcada para abrir portas. 

E que noite podemos nós encontrar? Como serão as discotecas e os bares adaptados a esta nova realidade? Tenho pensado muito neste assunto e não se admirem se aquilo que irei agora escrever seja diferente do que já tenha escrito no passado, mas a realidade é que, em virtude das informações e desinformações que tenho recebido, ao longo deste tempo de pandemia, tenho tido um comportamento quase bipolar e muitas vezes prefiro reduzir-me ao silêncio.

A pergunta é simples, é possível, com todas as restrições abrir uma discoteca ou um bar? Sem dúvida, todos os espaços podem abrir e, acima de tudo, têm o direito de abrir, coloquem todas as restrições, imponham as regras, exequíveis claro, mas permitam que cada empresário tome a decisão de abrir ou não, se pode e tem condições para abrir ou não, porque os seus clientes, os utentes da noite também têm o direito de escolher se vão ou não comparecer na noite. 

A palavra de ordem é "bom-senso", por parte de todos, os empresários e os utentes. Porque a realidade é esta: ou nos portamos bem ou, à imagem do ocorrido da Febre Espanhola, uma segunda vaga será catastrófico, por isso "juizinho". 

Tudo é possível, com peso e medida. Todos de máscara na noite? Será possível projetar uma noite onde todos estarão de máscara? Com certeza, até digo mais, pode ser muito divertido, com a certeza que a pista de dança saberá bem melhor. Covid-vos a dançar... Boa noite!
 
Zé Gouveia
Publicado em Zé Gouveia
quarta, 05 junho 2019 21:55

Miss Sheila - 20 Anos de Música

Para a minha primeira crónica de 2019, o tema selecionado é imprescindivelmente o meu 20.º aniversário de carreira e o meu percurso no mundo da música, desde o dia "zero", até aos dias de hoje.

20 anos, parece que foi ontem, no entanto muito tempo se passou desde o dia em que fiz a minha primeira atuação profissional ao vivo. "20", não é o número exacto e correspondente à minha ligação com a musica electrónica, mais concretamente com o "House e Techno". Comecei bem antes de 1999, a experiência das primeiras "raves", o meu cargo na Bimotor DJ com as encomendas internacionais de vinyl para Portugal, os eventos no Rocks, a Kaos Records, a Supersonic... tudo isto e muito mais faz parte da minha introdução ao "mundo" que hoje chamo "meu", e um importante pilar naquilo que hoje sou.

Resumir a minha carreira não é de todo tarefa fácil. 
Sempre tive uma imensa paixão pela música. Nasci em Sasolburg (Africa de Sul), depois vivi em Nova York, até que conheci o maravilhoso país que é Portugal, onde passei a residir.

Iniciei bem cedo a minha experiência com a música no geral, já nos Estados Unidos, com as aulas de piano, flauta e bateria. Sempre senti que eu e a musica éramos mais que meros "conhecidos", havia algo que me fazia sentir bem e em harmonia, sempre que ouvia um tema com que me identificasse. Naturalmente, senti a necessidade de partilhar esses sentimentos. Daí surgiram as primeiras experiências com a arte do "DJing", isto já em Portugal, no bar do qual era proprietária em conjunto com o meu irmão. Malibu Bar, era na Praia De Esmoriz e foi onde tive a oportunidade de dar início e desenvolver a minha paixão pela electrónica. Na altura, Esmoriz era prova-velmente uma das cidades onde residiam mais DJs. A forma como falávamos acerca dos temas mais recentes, do panorama no geral, contribuiu bastante para aquilo que sou hoje e para todo o "background" que ganhei.

Considero que tenho uma carreira solida e sinto-me imensamente grata por isso. Contudo, o processo de gestão de uma carreira para que tudo prevaleça de forma relevante e consistente não é de todo fácil, tema que já abordei de uma forma mais concreta na minha Crónica de Opinião: "A Máquina atrás do artista".

Fazendo uma retrospectiva, passei por varias gerações. Inicialmente onde apenas existia o "vinyl",  aquelas malas pesadas e os "White Labe" exclusivos, posteriormente o início da "Era Digital", onde surgiram os primeiros "CDjs", mais atualmente os DJ Softwares. Todo este processo de evolução no que diz respeito às ferramentas para actuação fez-me ganhar bastante experiência, que se reflete nos dias de hoje, sempre que saio para trabalhar.
 
A música também mudou bastante, felizmente a música boa nunca vai acabar, isto é algo certo, mas é normal que existam mudanças, devido às influências (culturais, sociais, políticas) ou mesmo ao material de estúdio, que em paralelo ao de performance ao vivo, também foi alvo de um grande "upgrade" ao longos dos tempos.

A música também mudou bastante, felizmente a música boa nunca vai acabar, isto é algo certo, mas é normal que existam mudanças, devido às influências (culturais, sociais, políticas) ou mesmo ao material de estúdio, que em paralelo ao de performance ao vivo, também foi alvo de um grande "upgrade" ao longos dos tempos.


Resumidamente, o facto de no início não ser tudo tão simplificado, fez com que eu e os artistas da minha geração tivéssemos que nos esforçar um pouco mais para que o produto final fosse o mais perfeito possível.

A nível do trabalho de estúdio e produção, como já referi inicialmente, também houve um grande desenvolvimento, seja a nível do Hardware, Software ou mesmo a forma como a informação é partilhada.

Editei o meu primeiro disco em 2001, pela conceituada "Tango" em parceira com o Joeski. Desde aí fui desenvolvendo as técnicas de forma intensa e editando originais e remisturas um pouco pelos quatro cantos do mundo, Digital Waves, Kaos, Magna (Portugal), Fresh Form, Datagroove (Espanha), Moderate (Itália), Fatal (Holanda), Na-nowave (Japão), Tango (EUA), Hypno (Reino Unido) e mais recentemente pela conceitua-da e restrita Natura Viva onde apenas figuram os melhores do mundo. 

De salientar também que em 2014 realizei um dos meus sonhos, abrir uma editora. A minha Digital Waves está também de parabéns em 2019 com os seus já 5 anos de existência. Estou a preparar desde Janeiro alguns temas, que vão sair até ao final do ano juntamente com tudo o que está projectado entre mim e a minha agência para esta temática.

Para finalizar, durante todo este percurso tive o prazer de conhecer pessoas fantásticas e conhecer outros países e culturas, como foi mais concretamente o caso de Nova Iorque, Ibiza, Geneva, Luanda, Cidade do Sal, Luxemburgo, Rotterdam, Bruxelas, Funchal, Lyon, Hartford, Sevilha, Vigo, Neuchatêl, Friburgo, Amsterdão, entre muitas ou-tras fantásticas cidades do mundo, como Portugal, obviamente! 

Assim sendo e de forma a celebrar este marco na minha carreira, do qual não podia estar mais grata por cada minuto, decidi retribuir todo o apoio e carinho que recebi ao longo dos anos, com a temática "20 Years of Music", que irá originar dois grandes eventos no final do ano. Um a Norte e outro a Sul. Mais novidades estão planeadas para sair, por isso fiquem atentos, este ano festejamos juntos.
 
Publicado em Miss Sheila
quarta, 08 outubro 2014 22:28

Teremos sempre Paris

Parece que já lá vai, sem ter chegado verdadeiramente.
Foi um verão atípico que aqueceu pelos motivos menos evidentes e que teve como acendalha uma loira fleumática.
 
É curioso porque recordo, nítida e claramente, de ouvir o Bernardo Macambira falar nisto: "devíamos era trazer a Paris Hilton a Portugal!"
Na altura, a sex tape da loiríssima herdeira do império Hilton era mais importante que qualquer #bendgate. Brejeirice à parte.
 
Por outro lado, no éter e no clubbing vivíamos uma gloriosa época de bons beats e criatividade. As "presenças na noite" eram coisa de um género de Verão interior feito de decotes e de saias muito curtas.
 

Do outro lado da barricada, com a mesma irada tinta, imprimem-se notas para pagar um cachet que se acredita milionário.

 
Devem ter passado muitas estações, muitas modas que nunca foram compridas, até esta em que acordamos com o anúncio da presença de Paris Hilton em Portugal enquanto DJ. 
 
Correm rios de tinta: as redes sociais espumam-se em opiniões várias. Do outro lado da barricada, com a mesma irada tinta, imprimem-se notas para pagar um cachet que se acredita milionário.
 
Imagino o Macambira a rir. Dou por mim a pensar o quão legítima é esta transformação.
 
Conforme os DJs evoluíram para prestações nas quais se evidenciam enquanto verdadeiros entretainers, as "presenças" também tiveram de se reinventar para continuar a ter trabalho. 
 
Já sei: "A Paris Hilton não precisa". Pois, pois não: mas precisa de olear a máquina da fama que faz com que não precise. Presença habitual nos melhores clubs do mundo, Paris a Empreendedora conseguiu encontrar a forma certa de continuar a fazer dinheiro. Se é DJ, se é de esperar um set inovador, surpreendente?
 
Mas é por isso que alguém "vai ver" a Paris Hilton? A expressão está lá: "ver", que ouvir é outra coisa.
 
Afinal, ainda que separadas por um oceano de dinheiro, não há todo um segmento no mercado nacional que está na cabine para - essencialmente - ser visto?
 
Teremos sempre Paris. A dar o mote.
 
Até porque música é amor, mesmo em tempo de guerra digital.

 

Publicado em Mariana Couto
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