quarta, 29 outubro 2008 18:44

Carlos Manaça em grande line up

Carlos Manaça vai participar no mega evento que se vai realizar no próximo dia 15 Novembro no Pavilhão Atlântico em Lisboa, que vai trazer a Portugal artistas Internacionais como o alemão Sven Vath, Samim, e o Americano Dennis Ferrer.

Para completar o “line-up” e alem de Carlos Manaça actuarão os Portugueses Overule, Desperados, Freshkitos e Pete Tha Zouk. Mais informaçoes em www.myspace.com/dancefactoryfest

Os bilhetes ja estão á venda.
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A propósito dos seus 30 anos de carreira, o Município do Barreiro - de onde é natural - vai homenagear o DJ e produtor português Carlos Manaça. A cerimónia está integrada na programação do “Mês da Música” e vai decorrer esta quinta-feira, 27 de outubro, pelas 18h30, na Sala de Sessões dos Paços do Concelho.
 
Com um percurso e talento invejável dentro das cabines, Carlos Manaça é sem dúvida um dos pioneiros e principais embaixadores da dance scene portuguesa e uma presença constante nos principais eventos de música eletrónica em Portugal, desde a sua génese. Além de prémios e de várias faixas editadas, o fundador da editora “Magna Recordings” tem conquistado inúmeros fãs ao longo dos anos. Quem o segue, sabe para o que vai e aquilo que vai ouvir. Quer seja numa discoteca ou num grande evento outdoor, Manaça nunca desilude e educa com o melhor da eletrónica, os ouvidos que pretendem assistir à “aula” musical.
 
Se pretendes marcar presença nesta homenagem, deverás confirmar a mesma através do mail Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar., até terça-feira, dia 25 de outubro.
 
 
30 Years @ Pedra do Couto | After Movie

Foi muito bom festejar os meus 30 Anos de Carreira numa casa com 33 Anos de história, a Pedra do Couto em #SantoTirso. Aqui está o registo video dessa noite/manhã, espero que se tenham divertido tanto como nós ! #CarlosManaça30Years #CarlosManaça #PedraDoCouto #FeelTheDrums

Publicado por Carlos Manaca em Segunda-feira, 24 de Outubro de 2016
 
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sexta, 11 junho 2010 19:30

Carlos Manaça sempre no topo

Carlos Manaça é dos poucos nomes de DJ's Portugueses, que, quando é dito e falado, qualquer noctívago faz vénia com o devido respeito.
Senhor de uma experiência notável tanto a nível nacional como internacional, tem tido ao longo da sua vida, uma carreira estável e constante, cheia de actuações que valorizam o seu excelente trabalho.
 
Para seguir todo o vasto trabalho deste ícone da electrónica, basta visitar os seguintes sites. youtube.com/carlosmanaca, facebook.com/djcarlosmanaca, myspace.com/carlosmanaca, twitter.com/carlosmanaca e soundcloud.com/carlosmanaca onde é possível fazer o download dos seus últimos sets e ouvir em primeira mão as suas proximas produções a serem editadas.
 
Ao vivo, podemo-lo encontrar hoje no Rs Dreams em Corroios, dia 19 nos Açores, depois volta ao continente para o S. João no Porto (Via Rápida), e na QB em Almeirim dia 26.
Ninguém o pára!
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sexta, 17 março 2017 21:21

O DJ toca ou passa música?

De vez em quando nas redes sociais vejo umas trocas de ideias mais acesas sobre esta questão. Há muitos anos atrás os DJs usavam normalmente a expressão “vou ali passar música...”, mas de há uns anos para cá, essa expressão transformou-se em “vou ali tocar...”. Qual das duas maneiras é a mais correcta para referir-se ao mesmo acto?
 
De um lado temos os músicos (e alguns músicos que também são DJs) que dizem que o DJ se limita a “passar a música dos outros”, do outro lado temos os DJs que dizem que não só tocam as músicas dos outros (ou as suas, caso sejam também produtores musicais) mas que também criam sonoridades novas, quando estão a actuar...
 
Sinceramente, acho que as duas afirmações estão correctas. É verdade que antes de aparecerem as novas tecnologias, as várias aplicações e controladores que agora podemos usar nos “sets” as possibilidades de criação eram muito mais limitadas, mas mesmo assim havia DJs que mesmo só com pratos e discos em vinil praticamente criavam novos temas, novas versões de temas, “remixes” na hora, com vários temas a tocar ao mesmo tempo. Lembro-me assim de repente do DJ Americano Jeff Mills a actuar dessa forma e na minha opinião isso é “tocar”, não é simplesmente o acto de “passar música”. Quem já assistiu a uma actuação dele a 4 pratos sabe do que estou a falar.
 
É verdade que nessa altura eram mais os casos em que o DJ “passava música” do que os em que “tocava”, mas mesmo assim usando “só” dois, três ou quatro pratos era possível (e alguns faziam-no) criar novas sonoridades, criar novos temas a partir outros já existentes. Isso não era a regra geral, é verdade, mas alguns DJs faziam-no e muito bem. 
 
Na minha opinião, hoje em dia é mais normal, por tudo o que usamos nas actuações, o termo “tocar” do que “passar música”. Ainda mais no caso daqueles DJs que praticamente só usam temas próprios e/ou “loops” e bases próprias e alguns temas de outros artistas num programa como o Ableton Live, criando sessões exclusivas com sonoridades novas, que muitas vezes até resultam em temas novos.
 

Com tudo o que temos à disposição neste momento para usar durante as actuações o limite é a nossa imaginação e criatividade!

 
Hoje em dia, com um computador portátil e um programa como o Traktor da Native Instruments (ou outro do género) é muito mais fácil conseguirmos criar uma versão nova, um momento “exclusivo” num set que provavelmente não se vai repetir noutro local. A Native Instruments até criou um formato exclusivo, os “STEMS” que basicamente são a divisão de um tema em quatro pistas separadas. Isto permite uma grande liberdade criativa já que podes usar o instrumental de um tema, uma voz de outro, um baixo de um terceiro e um sintetizador de um quarto e criar uma versão completamente nova de algo já existente ou mesmo um tema original, dependendo da tua imaginação! Isto já era também possível com o formato “Remix Sets” que a Native criou antes e que permite ter os temas divididos por “loops” para poder usar em diferentes combinações, mas com os STEMS penso que a facilidade em criar novas sonoridades é maior e mais imediata. 
 
Por isso, na minha opinião, a discussão entre se o DJ “passa música” ou “toca” é mais uma discussão “estéril”. Tal como dizer que “o verdadeiro DJ é aquele que não usa SYNC” ou “o verdadeiro DJ usa discos em vinil, não usa computadores...” entre outras discussões que de vez em quando aparecem nas redes sociais. Com tudo o que temos à disposição neste momento para usar durante as actuações o limite é a nossa imaginação e criatividade!
 
Carlos Manaça
 
(Carlos Manaça escreve de acordo com a antiga ortografia)
Publicado em Carlos Manaça
segunda, 06 julho 2020 23:28

Ajuntamentos ou locais controlados?

No início de Março, quando foi publicada a minha ultima crónica para a 100% DJ, tive que escrever duas crónicas porque a primeira que enviei ficou desactualizada em dois dias. Hoje, ao ler a última que escrevi, vejo que a realidade ultrapassou tudo o que eu tinha imaginado (e escrito) nessa altura, quando acabava de ter o meu primeiro evento adiado/cancelado. O que o sector ligado à música está a viver desde essa altura, jamais me passou pela cabeça. Desde essa altura que estamos com todas as nossas actuações canceladas e sem sequer haver um plano/data de uma possível volta ao trabalho de todo um sector.

O facto de não haver sequer um plano para todo um sector que até parou, por uma responsável decisão própria, antes de ser obrigado a isso pelo governo, na minha opinião é uma situação difícil de entender. Ouvir o tom depreciativo com que o primeiro-ministro falou de todo um colectivo foi um choque para mim e certamente para todos os empresários ligados a este sector, nas suas varias vertentes. 

Ouvir o tom depreciativo com que o primeiro-ministro falou de todo um colectivo foi um choque para mim e certamente para todos os empresários ligados a este sector, nas suas varias vertentes.

 
É verdade que este vírus colocou à prova os governos de praticamente todos os países, muitas decisões foram tomadas segundo o que ia acontecendo porque não se conheciam (e ainda não se conhecem bem) todas as características deste novo coronavírus. Numa primeira fase e segundo alguns especialistas, Portugal foi um exemplo internacional porque foi dos primeiros a limitar fortemente a mobilidade das pessoas e com isso limitar muito as possibilidades de contágio. É verdade que, comparativamente com os países vizinhos, Portugal tem um número de falecidos muito menor devido a esse sucesso na primeira fase desta pandemia e que os cuidados intensivos dos hospitais Portugueses (felizmente) nunca estiveram em rotura tal como aconteceu aqui em Espanha, situação que provocou muitos mortos pela incapacidade de serem atendidos nas urgências.

Infelizmente estamos a assistir nos últimos tempos a um aumento dos contágios confirmados em Portugal, situação que seria expectável uma vez que há uma maior mobilidade das pessoas, há mais gente a trabalhar e a deslocar-se em transportes públicos, a ir a centros comerciais, a supermercados. Basicamente há muito mais gente nas ruas que antes. Mas infelizmente também estamos a assistir à irresponsabilidade de algumas pessoas que se juntam sem terem qualquer cuidado, seja usando máscara, seja mantendo a distância de segurança aconselhada. Uma grande parte dessas pessoas são jovens que depois de estarem fechados em casa durante mais de dois meses se juntam com os amigos em grandes grupos sem cumprirem as normas mínimas de segurança, porque na realidade, não têm qualquer opção para o fazer de uma forma mais controlada.

A pergunta que coloco neste artigo é, na minha opinião, lógica: não seria melhor darem a esses jovens alternativas onde se pudessem juntar, de forma minimamente controlada, e assim reduzir esses ajuntamentos onde quase ninguém cumpre as normas de segurança?

Li em muitos comentários nas redes sociais que é "totalmente impossível manter a distância social numa discoteca, num bar, assim como ter os cuidados necessários à não propagação do vírus". Aliás, ouvimos o próprio primeiro-ministro dizer isso em directo, na TV.

Na minha opinião, depende muito das características dos espaços em questão. Obviamente há muitos locais em que é praticamente impossível criar condições mínimas de segurança por serem totalmente fechados, pouco amplos, com acessos interiores difíceis e com pouco espaço para as pessoas estarem mais afastadas e que não têm condições para abrir neste momento. Entendo isso e acho que qualquer empresário responsável que tenha um espaço com estas características, sabe que abrir nestas condições iria quase de certeza criar problemas.

Mas há muitos outros que têm características que lhes permitiria abrir com as mesmas condições já existentes para outro tipo de actividades. No Algarve, por exemplo, há muitos locais ao ar livre que podiam, com restrições de capacidade e com o uso de máscaras e gel desinfectante, abrir as portas. No resto do país também há alguns locais desse tipo, que poderiam abrir com as mesmas condicionantes de segurança.

Obviamente numa primeira fase não se poderia funcionar em horário completo, mas pelo menos esses espaços que têm uma grande parte ou são totalmente ao ar livre deveriam poder abrir. Ou pelo menos, tentar abrir. 

O que acontece é que, por terem o código de actividade de "discotecas" ou "bares", mesmo tendo estas características, não lhes é permitido abrir, numa decisão, na minha opinião, difícil de entender, especialmente quando vemos outro tipo de eventos com grandes ajuntamentos de pessoas, a serem "autorizados" ou pelo menos permitidos pelas autoridades, alguns deles por motivos políticos.
 

Não seria melhor darem a esses jovens alternativas onde se pudessem juntar, de forma minimamente controlada, e assim reduzir esses ajuntamentos onde quase ninguém cumpre as normas de segurança?

 
Pelo que sabemos até agora e do pouco que parece já assumido pela comunidade científica sobre este novo coronavírus, um dos seus principais focos de transmissão (senão o principal) são as aglomerações de muitas pessoas. Sejam elas por que motivo forem. Partidárias, futebol, religião, "botellon", praia, música, todas podem ser um foco de transmissão, todas podem contagiar se não forem tomadas precauções. 
Os ajuntamentos para ouvir música numa esplanada, num bar ao ar livre, numa discoteca ao ar livre, não são mais contagiosos do que os ajuntamentos autorizados numa manifestação política, como nos querem fazer crer.

Acho que seria importante nesta altura estabelecer de uma vez por todas regras claras e realizáveis para, lentamente, com capacidade limitada e com muitos cuidados, se começarem a abrir alguns dos locais com características especificas, regras que já existem para outras actividades. Certamente iria dar aos jovens uma alternativa mais controlada do que os ajuntamentos para os "botellons" que têm feito um pouco por todo o país.

Os empresários destes locais deram uma lição de responsabilidade a muita gente no inicio de todo esta pandemia quando decidiram fechar, mesmo antes de serem obrigados a isso. Pensaram na saúde de todos à custa da sua própria fonte de rendimento. Acho que mereciam um outro tratamento pelas autoridades responsáveis...
 
Carlos Manaça
DJ e Produtor
 
(Carlos Manaça escreve de acordo com a antiga ortografia)
Publicado em Carlos Manaça
segunda, 02 maio 2022 15:52

Festival Sound Waves regressa a Esmoriz

Serão 35 os artistas que irão passar pelos dois palcos da 15.ª edição do Sound Waves, festival que regressa a Esmoriz, Ovar, a 2 de julho, sábado.

Após dois anos sem evento, devido à covid-19, o cartaz apresenta nomes "do techno e do underground", entre os quais Ben Klock, Boston 168, Dave Clarke, Klangkuenstler, Planetary Assault Systems (aka Luke Slater), SNTS, Stella Bossi e Toni Alvarez, assim como os portugueses Carol D'Souza, Carlos Manaça, Du/Art, Danni Gato, Link98, Miss Sheila e Nuno Clam.

A música arranca pelas 16 horas de 2 de julho e prolonga-se até à uma da tarde do dia seguinte, pautada pelas raízes do evento que tem como máxima ser o único festival em Portugal com o "coração no Techno e a essência no Underground".

Os bilhetes estão disponíveis para venda com preços que começam nos 40 euros. Há também packs especiais com serviço VIP, entre os quais mesas para 10 pessoas ao preço global de 1.500 euros.
 
Publicado em Eventos
No ano que a Magna Recordings comemora o 20.º aniversário, a primeira edição de 2020 é a número 100. No mundo das edições digitais, onde a Magna está desde 2007, ano em que deixou de editar em formato vinil, 100 edições é um marco importante na história desta editora de Carlos Manaça. 

"Desde o início que o nosso objetivo tem sido apostar mais na qualidade do que na quantidade, descobrir novos talentos nacionais (e internacionais) dar-lhes destaque, abrir-lhes novas portas" referiu o DJ e produtor português atualmente em Madrid, destacando ainda que nestes últimos 20 anos a Magna lançou faixas de vários artistas como é o caso de Pete Tha Zouk, Richie Santana, Mendo, Dextro, Di Paul, Redkone, Glender, entre muitos outros.
 
A edição número 100 é obrigatoriamente especial e pertence à faixa produzida por XL Garcia e MC Johnny Def, cujos artistas fazem parte da dance scene nacional desde as suas origens. Da união de forças resultou “Movers & Shakers”, uma sonoridade techno que conta com os inconfundíveis vocais de Johnny Def. A nova faixa apresenta-se com quatro versões, a Main Mix, perfeita para as "peak hours" de qualquer espaço, a Alternative Mix, a Dub Mix e ainda uma versão mais dark techno assinada por Carlos Manaça.
 
Esta edição está disponível para compra em todas as plataformas digitais incluindo as de streaming.
Publicado em Música
Estão oficialmente esgotadas as pulseiras em regime de 'pré-venda' que davam acesso à festa que irá receber Carlos Manaça no próximo Sábado (27) na Discoteca Crisfal (Portalegre).
No próprio dia as entradas fazer-se-ão normalmente com consumo mínimo.

Até ao dia de amanhã, o 100% DJ tem activo o passatempo on-line que irá premiar as primeiras 20 participações. Participa e tenta a tua sorte para que não fiques à porta.
Publicado em Eventos
A minha crónica este mês é sobre aquilo que eu acho que pode vir a dar uma grande ajuda à sobrevivência das pequenas (e grandes) editoras como a Magna Recordings: o serviço de streaming. Com as vendas de música para download a descer de ano para ano (pelo menos é o que nos dizem as principais lojas online...) e o hábito cada vez mais generalizado das gerações mais novas de "sacarem" tudo grátis da internet, os serviços de streaming podem vir a ser a nossa "tábua de salvação" nos próximos anos. É um facto que é muito mais cómodo ouvir as músicas que queremos quando queremos, online, do que ter um monte de temas no telemóvel/iPad/computador, a ocupar espaço no disco (espaço que muitas vezes é limitado) e que, com o passar dos anos, se torna num problema, se não andarmos sempre a apagar o que já não ouvimos. E com o tamanho dos pacotes de dados oferecidos pelas principais empresas de telecomunicação hoje em dia, fazer streaming já não esgota os megas disponíveis, como acontecia há uns (poucos) anos atrás.

No entanto, o streaming já levantou problemas sérios entre os artistas/editoras e algumas das plataformas mais importantes, como é o caso do Spotify. Não podemos esquecer que estas empresas têm como objetivo principal o maior lucro possível, e ao terem um produto cujo número de plays está (quase) totalmente nas suas mãos, torna-se muito difícil para o artista/editora ter algum controlo sobre esses números. Na realidade, estas empresas pagam o que lhes apetece pagar. É certo que pelo contrato podes pedir uma auditoria aos números de plays, mas dificilmente os pequenos artistas/editoras têm recursos para o fazer e mesmo as grandes editoras tiveram problemas com isso. 

É conhecida a polémica do caso da cantora Taylor Swift que em 2014 retirou o álbum "1989" e todo o seu catálogo anterior do Spotify quando recebeu os primeiros relatórios de plays porque eram, segundo ela, "ridículos". Entre 2014 e 2017 todo o seu catálogo esteve fora do principal serviço de streaming (que neste momento já conta com mais de 100 milhões de usuários) o que desagradou à sua grande legião de fãs. Mas a explicação de Taylor Swift sobre os motivos dessa sua atitude fez, para mim, todo o sentido.

Segundo ela e o presidente da sua editora, era uma tremenda falta de respeito para as pessoas que tinham comprado o álbum completo em download por 12,99 dólares que os usuários do Spotify pudessem ouvir os mesmos temas, grátis, embora com anúncios entre os temas. Ou a pagar 9,99 dólares por mês no serviço premium, sem anúncios, para ouvir uma quantidade ilimitada de música, onde estariam incluídos os temas do novo álbum. E quando chegaram os primeiros relatórios de plays no Spotify do álbum "1989" que tinha acabado de vender nessa semana 1.3 milhões de cópias para download, foi a gota de água que a fez retirar todo o seu catálogo da principal plataforma de streaming. 

Segundo ela, só quando o Spotify pagasse "justamente, aos autores, editores, produtores, músicos, e a toda a gente envolvida no processo de criação musical de um álbum/single, é que voltaria a disponibilizar o seu catálogo no Spotify". Parece que isso foi conseguido em 2017 porque após uma renegociação do seu contrato, todo o seu catálogo voltou a estar disponível no Spotify, para grande alegria dos seus muitíssimos fãs no mundo inteiro.
 
Para facturarmos 1.300 euros relativos ao streaming de um tema, na Pandora teríamos que ter à volta de 87.500 plays e no Youtube 1.890.000 (!!). No Spotify são necessários aproximadamente 356.850 plays de um tema para podermos facturar os mesmos 1.300 euros, valor que obviamente estará sujeito aos respectivos impostos antes de chegar às nossas mãos.

Em 2015, e também depois de receber relatórios de plays de Spotify, que segundo eles eram "uma vergonha", Jay Z decidiu criar com Usher, Rihanna, Nicki Minaj, Madonna, Deadmau5, Kanye West, entre outros, o TIDAL, o "primeiro serviço de streaming totalmente controlado pelos artistas". Conseguiu ter, numa primeira fase, alguns lançamentos exclusivos, por alguns dias, mas as editoras proprietárias dos álbuns conseguiram, ao fim de algum tempo, disponibiliza-los nas restantes plataformas, o que levou a que a grande vantagem do TIDAL (a exclusividade) se perdesse em alguns dias. Obviamente que isso fez com que a nova plataforma "dos artistas e para os artistas" tivesse grandes problemas de afirmação num mercado já dominado pelo Spotify. O TIDAL apresentou por isso prejuízos crescentes desde 2015, tendo em 2017 vendido 33% à empresa de telecomunicações americana Sprint que injectou de imediato 200 milhões de dólares para viabilizar a empresa que já estava a ser acusada de falta de pagamento de royalties aos artistas e editoras...
É um facto que os pagamentos feitos aos artistas/editoras pelas plataformas de streaming, segundo os últimos dados, é ainda muito reduzido por cada play. Varia entre os 1,5 cêntimos pagos pela plataforma Pandora até aos 0,0066 cêntimos (!!) pagos pelo Youtube. O Spotify paga à volta de 0,0399 cêntimos por play e está mais ou menos a meio da tabela dos pagadores de royalties.

Para termos uma ideia mais concreta do que significam estes valores, para facturarmos 1.300 euros relativos ao streaming de um tema, na Pandora teríamos que ter à volta de 87.500 plays e no Youtube 1.890.000 (!!). No Spotify são necessários aproximadamente 356.850 plays de um tema para podermos facturar os mesmos 1.300 euros, valor que obviamente estará sujeito aos respectivos impostos antes de chegar às nossas mãos.

Eu sei que há muita gente que defende que neste momento é obrigatório estar em todas as lojas de venda online por download e em todos os serviços de streaming para que o nosso trabalho seja visível a toda a gente, e em parte isso é verdade. Mas também é verdade que, com o streaming, mais uma vez, o artista/editora está no "final da linha" no que se refere a receber algum dinheiro que é gerado pelo seu trabalho, pelos seus temas produzidos/editados. São inúmeras horas em estúdio, às vezes investimentos em outros artistas, vocalistas, músicos, etc., que, mais uma vez, na minha opinião, não estão a ser devidamente compensados. 

Esta crónica serve também para anunciar que, finalmente, todo o catálogo da Magna Recordings vai estar disponível brevemente nas principais plataformas de streaming. Finalmente temos um acordo razoável com uma distribuidora que nos vai permitir estar também nas restantes lojas online de download (Traxsource, iTunes, etc) assim como nas principais plataformas de streaming como Spotify, Deezer, Apple Music, entre outras. 

Vamos esperar que isso ajude na divulgação de toda a música que já editámos nos 19 anos que festejamos neste mês de Maio e que ao mesmo tempo também seja uma fonte de rendimentos (por pouco que seja...) para a editora e para os artistas. Algo que ajude a recompensar o esforço que temos ao criar e editar música para que vocês possam disfrutar e dançar, seja em casa, no club ou no evento!
 
Carlos Manaça
DJ e Produtor
 
(Carlos Manaça escreve de acordo com a antiga ortografia)
Publicado em Carlos Manaça
Esta é minha primeira crónica para a 100% DJ. Apesar de gostar de o fazer, há algum tempo que não escrevia “em público”, desde as minhas várias Crónicas para a revista Dance Club que não o fazia, por isso espero não estar “enferrujado”. Espero conseguir transmitir algo da minha experiência adquirida ao longo de alguns anos a fazer parte da “Dance Scene” em Portugal (e estrangeiro) e que as minhas opiniões sobre os assuntos que eventualmente possa vir a abordar nestas linhas sejam vistas simplesmente como isso: uma opinião pessoal e como tal, subjectiva...
 
O primeiro assunto que achei interessante abordar nestas linhas é a importância da Música, hoje em dia, em alguns eventos de música electrónica. O que tenho constatado nos últimos anos é que em alguns dos eventos a Música tornou-se uma “coisa” (praticamente) secundária. Em alguns desses eventos, as pessoas estão mais pendentes das actividades “extra” dos DJ’s do que da Música que eles tocam, seja atirar objectos ao público, seja saltar em cama elástica, ou outro tipo de “iniciativas”, tudo vale para captar a “atenção” (?) do público e marcar a “diferença”. É verdade que alguns dos Top DJ’s internacionais neste momento têm mais peso do que algumas bandas, inclusive do que algumas já conceituadas, e que alguns desses eventos têm uma produção de som, luz e pirotecnia que há alguns anos atrás só estariam ao alcance dessas (mega) bandas, criando um espectáculo único. A evolução da produção em alguns dos eventos de música electrónica foi brutal nos últimos anos, consequência lógica da importância desta o que eu acho perfeitamente normal e positivo. Mas será que é necessário em alguns dos eventos, além de toda essa produção de som, luz e pirotecnia, os DJ’s terem que fazer alguma coisa “diferente” para “captar” a atenção do público? Não deveria ser a Música o principal factor, o principal motivo para as pessoas se deslocarem a um evento de música electrónica, sem estarem á “espera” de algo “fora do normal” da parte do DJ?

O que me causa estranheza é que algumas pessoas, em alguns eventos, dão mais importância a essas “actividades extra” do que à Música em si.

 
Já actuei em alguns (poucos) eventos com uma dinâmica desse tipo e senti que algumas das pessoas que lá estavam esperavam que eu fizesse algo “diferente”, além da música que estava a tocar. A produção trouxe-me um microfone (que gentilmente recusei) e uma plataforma para, se quisesse, subir para cima da cabine, coisa que também recusei. Obviamente não tenho absolutamente NADA contra isso, nem contra os artistas que fazem isso, até porque fiz ambas as coisas (usar o micro e saltar para cima da cabine), pontualmente, enquanto era DJ residente do Cais 447 (Matosinhos) entre 1992 e 1995. O que me causa estranheza é que algumas pessoas, em alguns eventos, dão mais importância a essas “actividades extra” do que à Música em si...
 
Não deveria ser SEMPRE a Música o factor mais importante, aquilo que faz as pessoas deslocarem-se dezenas, centenas e às vezes milhares de quilómetros para ir ouvir um DJ?
Obviamente que há (felizmente) muitos eventos onde isso ainda acontece (em Portugal, um dos melhores exemplos é sem dúvida o festival Neopop, em Viana do Castelo), mas também é verdade que nos últimos anos apareceram outro tipo de eventos onde a Música não é o mais importante, onde (praticamente) tudo é mais importante do que a Música, mesmo que o resultado final dessas “actividades extra” seja uma entrada nas urgências de um hospital, às tantas da madrugada, devidamente filmado para o canal de Youtube...
 
Será que já vale tudo para ter notoriedade (visualizações no Youtube, “likes” no Facebook, etc.) como DJ?
 
Carlos Manaça
 
(Carlos Manaça escreve de acordo com a antiga ortografia)
Publicado em Carlos Manaça
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